E se Aristóteles usasse o Facebook? Uma genealogia da amizade

Autores

  • Alex Primo Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2016.120923

Palavras-chave:

tecnologias digitais, amizade, redes sociais

Resumo

O debate sobre o impacto das tecnologias digitais nos processos amistosos está em todos os lugares: desde a imprensa às mesas de bar. No entanto, muitas dessas reflexões adotam um tom excessivamente apaixonado, culminando em defesas deslumbradas ou em temores neoluditas. Para que se possa empreender um estudo sério sobre a amizade na era digital, não se pode limitar a discussão ao domínio da técnica, tampouco a conferir se todos os quesitos de um ideal de amizade estão presentes. É preciso, isso sim, observar a complexidade de nosso tempo, no seio do qual as práticas amistosas acontecem.

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Biografia do Autor

  • Alex Primo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil.
    Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Possui doutorado em Informática na Educação (UFRGS) e mestrado em Jornalismo (Ball State University). Coordena o Laboratório de Interação Mediada por Computador (LIMC) e o grupo de pesquisa em interação mediada por computador.

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Publicado

2016-12-17

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

E se Aristóteles usasse o Facebook? Uma genealogia da amizade. RuMoRes, [S. l.], v. 10, n. 20, p. 46–67, 2016. DOI: 10.11606/issn.1982-677X.rum.2016.120923. Disponível em: https://revistas.usp.br/Rumores/article/view/120923.. Acesso em: 20 abr. 2024.