Resistência e dissonância nas narrativas em disputa
a voz da mídia e a voz dos movimentos de ocupação de 2016
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2020.165963Palavras-chave:
Narrativa midiática, Enquadramento, Juventude, Resistência, Estratégias discursivasResumo
Esse artigo analisa as narrativas produzidas pela mídia e pelos segmentos juvenis durante os movimentos de ocupação nas escolas e universidades no segundo semestre do ano de 2016. O exame dessas narrativas em disputa revela estratégias discursivas específicas: no âmbito das ocupações, o agendamento de temas destinados à formação de certos enquadramentos propostos pelos jovens estudantes, interessados em: (1) “furar” a narrativa dominante inaugurada pelos meios de comunicação televisivos; e (2) escapar às estratégias de silenciamento por meio dos atos de resistência. No âmbito midiático, tem-se o agendamento de temas destinados à formação de enquadramentos centrados na: (1) deslegitimação do movimento (a partir de chaves de oposição e contrafacção no campo semântico); na (2) estigmatização do discurso da resistência; e (3) na criminalização dos atos de resistência.
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