Volta ao mundo por ouvir-dizer: redes de informação e a cultura geográfica do Renascimento

Autores

  • Plínio Freire Gomes Instituto Europeu de Florença

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-47142009000100008

Palavras-chave:

Descobrimentos, Cosmografia, Política de Segredo, Propaganda, Cartografia quinhentista, Redes de conhecimento informais, Historia da cartografia

Resumo

Este artigo elucida que, ao privilegiar a observação, a curiosidade e a busca de aprimoramento intelectual, a cultura do Renascimento é um fator determinante na criação do viajante moderno. Outra peculiaridade do período reside na transformação do conhecimento geográfico em foco de interesse estratégico. Mas o segredo oficial, preservado pelas "casas de contratação", passou por um contínuo processo de corrosão. A necessidade das Coroas ibéricas de ratificar a posse sobre os novos territórios coloniais tornava a divulgação tão importante quanto o silêncio. Além disto, a experiência dos Descobrimentos foi assimilada por informantes de segunda-mão e transmitida através de canais diplomáticos e comerciais, numa trama que se ramificou por toda Europa. Tal organismo coletivo e não-oficial, que hoje chamaríamos de "rede", colocou dados relativos à Ásia, África e América à disposição dos cosmógrafos, e constituiu assim o núcleo fundamental da cartografia quinhentista. O artigo tenta mostrar que o fluxo do saber geográfico no período dos Descobrimentos caracterizou-se pela prática quase irrestrita da cópia e pela configuração informal e internacional do seu circuito de consumo.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Downloads

Publicado

2009-06-01

Edição

Seção

Estudos de Cultura Material

Como Citar

Volta ao mundo por ouvir-dizer: redes de informação e a cultura geográfica do Renascimento . (2009). Anais Do Museu Paulista: História E Cultura Material, 17(1), 113-135. https://doi.org/10.1590/S0101-47142009000100008