Patrimônio Cultural e escrita da história:a hipótese do documento na prática do Iphan nos anos 1980

Autores

  • Flávia Brito do Nascimento Universidade de São Paulo; Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-02672016v24n0305

Resumo

Na década de 1980, técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) passaram a utilizar argumentos do campo disciplinar da história para justificar a seleção do patrimônio para além dos cânones da excepcionalidade. Mobilizando autores e conceitos da Escola dos Annales, justificavam tombamentos de conjuntos urbanos cujas características não se enquadravam nas narrativas de identidade nacional via colonial praticadas nas primeiras décadas da Instituição. Laguna/SC, Cuiabá/MS, Morro da Conceição e Praça XV de Novembro no Rio de Janeiro, por exemplo, serão preservados não somente pelo valor histórico das suas edificações, mas também pela sua potencialidade como fonte histórica. Elaboram-se, então, argumentos de preservação de bens imóveis que buscavam driblar os conceitos do aporte legal do Decreto-lei no 25/37, buscando proteger sítios e lugares por seu valor documental. O artigo discute as relações entre escrita da história e preservação do patrimônio cultural, tendo como foco o caso de Laguna/SC. Pretende-se compreender de que maneira a proteção legal foi justificada a partir do inédito entendimento da cidade como documento por meio do estudo do processo de tombamento, seus estudos técnicos e as mobilizações teóricas do campo da história social e de autores como Marc Bloch e Jacques Le Goff.

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Publicado

2016-12-01

Edição

Seção

Estudos de Cultura Material

Como Citar

NASCIMENTO, Flávia Brito do. Patrimônio Cultural e escrita da história:a hipótese do documento na prática do Iphan nos anos 1980. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, São Paulo, v. 24, n. 3, p. 121–147, 2016. DOI: 10.1590/1982-02672016v24n0305. Disponível em: https://revistas.usp.br/anaismp/article/view/126845.. Acesso em: 16 abr. 2024.