Reivindicando as contribuições pedagógicas de Paulo Freire frente à financeirização da educação

Autores

  • Margarita Victoria Gomez Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1413-45192011000100016

Palavras-chave:

Financeirização da Educação, Paulo Freire, Virtualização da educação

Resumo

No censo de 2008 o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educativas Anísio Teixeira estima que, de um total de mais de 60 milhões de alunos da educação básica, quase seis milhões iniciaram a educação superior, dos quais um milhão e quinhentos mil aproximadamente estudam em instituições públicas e quase quatro milhões e meio em instituições privadas, na modalidade presencial ou a distância. Estima-se que a rede de educação superior está representada em 90% por instituições privadas e em 10% por instituições públicas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 não impede a iniciativa privada. A Constituição Nacional de 1988, no Artigo 209 afirma que no ensino se permite a iniciativa privada sempre que se respeitem a autorização e a avaliação da qualidade. Uma interpretação tendenciosa levaria a afirmar que todas as instituições privadas têm uma missão mercantilista e que se mobilizam exclusivamente em busca de ganhos financeiros. O trabalho refere-se somente ao crescimento da oferta de educação por parte de grupos que operam com transações no mercado e que se expandem comprando universidades ou faculdades menores, para realizar atividades rentáveis no setor. A financeirização está configurando os processos educativos a ela relacionados e leva a questionar se é essa a educação desejada. O procedimento da consulta bibliográfica permite estabelecer relações e compreender as mudanças educacionais ocorridas nos últimos cinco anos de ampla financeirização e apresentar considerações a respeito. Neste trabalho são discutidas essas questões, bem como o surgimento de algumas experiências de educação superior a distância (EaD) e a virtualização da educação superior, a que pode chegar a ser uma das vertentes desse processo diante do qual se reivindicam alguns princípios pedagógicos de Paulo Freire como uma alternativa pedagógica.

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Biografia do Autor

  • Margarita Victoria Gomez, Universidade de São Paulo
    Doutora em Educação pela USP, orientadora de Mídias na Educação e pesquisadora do LabHab/USP

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Publicado

2011-06-01

Edição

Seção

Dossiê Amazônia

Como Citar

Reivindicando as contribuições pedagógicas de Paulo Freire frente à financeirização da educação. (2011). Cadernos CERU, 22(1), 269-286. https://doi.org/10.1590/S1413-45192011000100016