A responsividade educadora-bebê em um berçário: um estudo exploratório

Autores

  • Maria Cristina L Bressani
  • Cleonice A Bosa
  • Rita Sobreira Lopes

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19845

Palavras-chave:

Psicologia, Educação, Desenvolvimento infantil, Creches, Comunicação não verbal

Resumo

Este estudo teve como objetivo investigar indicadores de responsividade interpessoal educadora-bebê em uma turma de berçário, com base no conceito de responsividade materna, oriundo da teoria do apego. Este conceito foi ampliado e integrado às noções da área sociocognitiva, tais como práticas educativas e habilidades comunicativas. O estudo foi realizado em um berçário, constituído por 4 bebês, com idades entre 5 e 14 meses, e a educadora responsável pela turma. As crianças e a educadora foram filmadas em interação grupal. As descrições das filmagens foram classificadas de acordo com o Protocolo de observação da interação educadora-bebê. A análise das descrições gerou três principais categorias de comportamento das crianças (choro, exploração/jogo social e conflito/disputa por atenção) analisadas em termos da sua relação com o comportamento da educadora (responsividade interpessoal). Foram identificados comportamentos verbais distribuídos em quatro categorias: Perguntas, Comentários, Comandos e Outros Comportamentos verbais. Os comportamentos não verbais foram classificados em três tipos gerais: Contato Físico, Relação com Objetos e Ausência de Interação. Os resultados deste estudo mostraram que a educadora mostrou indicadores de responsividade que parece ser facilitada, entre outros fatores, pela razão adulto-criança, ainda que os bebês fossem de diferentes faixas etárias.

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Publicado

2007-12-01

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