Maternidade precoce: uma das consequências do abandono escolar e do desemprego

Autores

  • Ana Lucia Barreto da Fonseca
  • Neuraci Gonçalves de Araújo

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.40001

Palavras-chave:

Maternidade. Adolescência. Escolarização. Trabalho.

Resumo

Este estudo teve como objetivos conhecer a condição de educação e trabalho das jovens que vivenciam a maternidade precoce e estabelecer uma relação entre gravidez adolescente e abandono escolar, comparando a realidade educacional e de trabalho de jovens mães de comunidades da Bahia e Sergipe. Para tanto, foram realizadas visitas domiciliares à oitenta adolescentes gestantes ou mães em comunidades carentes das duas capitais. Os resultados apontaram que mais da metade já estavam fora da escola quando engravidaram, e muitas deixaram a escola após saber da gestação. Poucas continuavam os estudos, mesmo tendo uma rede de suporte favorável. A maioria das adolescentes não trabalhava antes de engravidar, algumas passaram a trabalhar após a maternidade, a maioria exercendo atividades domésticas. Pode-se supor que a educação não esta vinculada à cultura dessas comunidades. O valor social da mulher se restringe ao exercício da maternidade, valorizado no grupo, e que Ihe institui 0 status de adulto. A maternidade precoce, portanto, denota ser mais uma consequência do abandono social a que as jovens de classe baixa estão sujeitas do que provocadora de uma exclusão.

Biografia do Autor

  • Ana Lucia Barreto da Fonseca
    Mestra em Educação (UFBA), Psicóloga, professora da Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe
  • Neuraci Gonçalves de Araújo
    Psicóloga

Referências

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Publicado

2004-08-19

Edição

Seção

Pesquisa Original