Situação nutricional de crianças menores de cinco anos em municípios do Nordeste Brasileiro

Autores

  • Alice Teles de Carvalho Universidade Federal da Paraíba
  • Erika Rodrigues de Almeida Universidade Federal da Paraíba
  • Eduardo Augusto Fernandes Nilson Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
  • Juliana Amorim Ubarana Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
  • Janine Giuberti Coutinho Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
  • Rodrigo Pinheiro de Toledo Vianna Universidade Federal da Paraíba
  • Flávia Emília Leite de Lima Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.81275

Palavras-chave:

estado nutricional, antropometria, criança, obesidade, estatura-idade

Resumo

Resumo
OBJETIVOS: Descrever a situação nutricional de crianças menores de cinco anos residentes em três municípios do Nordeste brasileiro. MÉTODO: Realizou-se um estudo epidemiológico transversal, com a participação de 1.378 crianças. Foram calculados os índices antropométricos altura/idade, peso/idade e peso/altura, segundo os valores em escore Z. As Curvas de Crescimento Infantil da Organização Mundial de Saúde foram utilizadas como referência. RESULTADOS: Identificaram-se maiores proporções de excesso de peso/altura (8,3% em Barra de São Miguel, 10,3% em Cabedelo e 5,9% em Tibau do Sul), quando comparadas às proporções de déficit de peso/altura (1,5% em Barra de São Miguel, 1,9% em Cabedelo e 0,9% em Tibau do Sul). Observaram-se, ainda, prevalências
mais elevadas de déficit de altura/idade (5,9% em Barra de São Miguel, 5,5% em Cabedelo e 4,6% em Tibau do Sul), quando comparadas às prevalências de déficit de peso/idade (3,6% em Barra de São Miguel, 2,5% em Cabedelo e 1,5% em Tibau do Sul). CONCLUSÕES: Observou-se uma situação
nutricional desfavorável no grupo estudado. Assim, ações voltadas para a promoção de uma alimentação adequada devem ser priorizadas no âmbito dos programas e políticas de alimentação e nutrição. As prevalências elevadas de déficit estatural e de excesso de peso reafirmam a vulnerabilidade deste grupo e a soma destas ações deve impactar na reversão deste perfil nutricional. 

Biografia do Autor

  • Alice Teles de Carvalho, Universidade Federal da Paraíba
    Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências da Saúde, Pós-graduação em Ciências da Nutrição, João Pessoa, PB, Brasil
  • Erika Rodrigues de Almeida, Universidade Federal da Paraíba
    Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências da Saúde, Pós-graduação em Ciências da Nutrição, João Pessoa, PB, Brasil
  • Eduardo Augusto Fernandes Nilson, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
    Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Brasília-DF.
  • Juliana Amorim Ubarana, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
    Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Brasília-DF.
  • Janine Giuberti Coutinho, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
    Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Brasília-DF.
  • Rodrigo Pinheiro de Toledo Vianna, Universidade Federal da Paraíba
    Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências da Saúde, Pós-graduação em Ciências da Nutrição, João Pessoa, PB, Brasil
  • Flávia Emília Leite de Lima, Universidade Federal da Paraíba
    Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências da Saúde, Pós-graduação em Ciências da Nutrição, João Pessoa, PB, Brasil

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Publicado

2014-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais