Vozes e poder no telejornal: o funcionamento do discurso reportado no Jornal Nacional da Rede Globo

Autores

  • Dóris de Arruda Carneiro da Cunha Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v30i1p89-114

Resumo

 Este artigo se propõe a apresentar algumas reflexões sobre vozes e poder no telejornalismo, com base num estudo de caso, uma notícia do Jornal Nacional do Grupo Globo. A questão central é sobre o poder do editor e dos jornalistas na construção da notícia, constituída majoritariamente por meio de discursos reportados. No telejornal analisado, as formas de inserção do heterodiscurso são pouco diversificadas e aparentemente neutras: o discurso citante do editor e apresentador chama a jornalista que introduz outras vozes – fragmentos de entrevista, de declarações oficiais, de testemunhos, na forma de citação direta ou indireta. A estratégia é não usar formas linguísticas que mostrem explicitamente seus pontos de vista. No entanto, as vozes selecionadas servem para ilustrar e acentuar os pontos de vista velados da empresa e dos seus profissionais, funcionando como argumento de autoridade. Dessa forma, a TV Globo exerce seu poder manipulando o grande público, pouco atento a essa estratégia, que faz crer que a notícia do Jornal Nacional é neutra e detentora de verdade. 

 

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Biografia do Autor

  • Dóris de Arruda Carneiro da Cunha, Universidade Federal de Pernambuco

    Professora Doutora da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; e da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP

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Publicado

2017-08-28

Como Citar

CUNHA, Dóris de Arruda Carneiro da. Vozes e poder no telejornal: o funcionamento do discurso reportado no Jornal Nacional da Rede Globo. Linha D’Água, [S. l.], v. 30, n. 1, p. 89–114, 2017. DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v30i1p89-114. Disponível em: https://revistas.usp.br/linhadagua/article/view/128319.. Acesso em: 28 mar. 2024.