O uso de derivativos para hedge melhora os ratings de crédito das empresas brasileiras?

Autores

  • Rafael Moreira Antônio Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Departamento de Contabilidade, Ribeirão Preto https://orcid.org/0000-0003-1116-808X
  • Marcelo Augusto Ambrozini Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Departamento de Contabilidade, Ribeirão Preto https://orcid.org/0000-0003-0933-6064
  • Vinícius Medeiros Magnani Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Departamento de Contabilidade, Ribeirão Preto https://orcid.org/0000-0002-0069-954X
  • Alex A. T. Rathke Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Departamento de Contabilidade, Ribeirão Preto https://orcid.org/0000-0003-0397-8904

DOI:

https://doi.org/10.1590/1808-057x201908740

Palavras-chave:

ratings de crédito, agência de classificação de risco, risco de crédito, derivativos, empresa não financeira

Resumo

Este trabalho se propôs a identificar os fatores que podem explicar as atribuições dos ratings, com especial atenção ao impacto do uso de derivativos. A lacuna explorada por esta pesquisa reside no ineditismo em se analisar a percepção, por parte das agências de ratings, dos reflexos causados pelas informações relacionadas ao uso de derivativos pelas companhias brasileiras de capital aberto. Além disso, este estudo transfere os achados anteriores que se debruçaram sobre os analistas de ações para as agências de ratings, reforçando a discussão sobre a complexidade dos derivativos no processo de avaliação do risco de crédito. A contemporaneidade deste tema de pesquisa se dá pela recente adoção da norma International Financial Reporting Standards 9 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis – Pronunciamento Técnico n. 48), que entrou em vigor em janeiro de 2018. A partir dessa normatização, a principal novidade apresentada neste artigo foi a verificação do reflexo do uso de derivativos utilizados pelas empresas com a finalidade de hedge nos seus ratings de créditos, ajudando a suprir uma lacuna empírica na literatura da área. Os resultados encontrados contestam a teoria de que o uso de derivativos para hedge é visto positivamente pelos investidores. No entanto, apesar de nenhum impacto significativamente estatístico ter sido encontrado nos ratings das empresas que utilizam derivativos, observou-se que as empresas que usam derivativos e têm os maiores valores nocionais foram as que receberam as melhores notas da agência Moody’s. Com isso, ampliamos o debate sobre a complexidade das informações atreladas ao uso dos derivativos. Foram analisados 2.090 ratings atribuídos a companhias não financeiras com ações negociadas na Brasil, Bolsa, Balcão [B]³ entre 2010 e 2016, por meio de análise dos dados em painel, conferindo maior robustez às análises e aos achados. Contrariando a hipótese central desta pesquisa, os resultados aqui apresentados mostram que, no Brasil, as empresas que se utilizam de instrumentos financeiros derivativos para hedge não recebem as melhores notas de classificação de crédito por parte das agências de ratings. Uma das principais contribuições deste estudo centra-se nos indícios de que as agências Standard & Poor’s e Moody’s não foram capazes de incorporar, de maneira consistente, as informações relacionadas ao uso dos derivativos, ampliando a discussão sobre a complexidade desses instrumentos financeiros.

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Publicado

2020-01-22

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

O uso de derivativos para hedge melhora os ratings de crédito das empresas brasileiras?. (2020). Revista Contabilidade & Finanças, 31(82), 50-66. https://doi.org/10.1590/1808-057x201908740