Formação profissional e serviços de saúde mental no SUS: estudo sobre a inserção de egressos do Curso de Terapia Ocupacional da FMUSP

Autores

  • Elisabete Ferreira Mângia Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina
  • Melissa Tieko Muramoto Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina
  • Ana Lucia Marinho Marques Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v21i2p148-157

Palavras-chave:

Formação de recursos humanos, Serviços de saúde mental^i1^srecursos huma, Sistema único de saúde, Terapia ocupacional^i1^srecursos huma, Mental health services^i2^smanpo, Occupational therapy^i2^smanpo

Resumo

A implementação das redes de serviços de saúde mental configura-se como processo complexo que coloca exigências para o ensino de graduação. O curso de Terapia Ocupacional da FMUSP implementou mudanças curriculares tendo em vista a formação de profissionais comprometidos e capazes de compreender e lidar com as exigências teóricas e técnicas da atenção e da reabilitação psicossocial de pessoas com transtornos mentais. OBJETIVOS: Conhecer, caracterizar e analisar a inserção de egressos em serviços e/ou projetos de saúde mental no contexto do SUS e analisar a adequação entre a formação e as exigências para a atuação profissional colocadas pelos novos serviços e/ou projetos de saúde mental. MÉTODO: Pesquisa qualitativa baseada em procedimentos da etnometodologia consistiu na realização de grupos focais, ao longo do segundo semestre de 2009, com egressos inseridos em serviços públicos de saúde mental. RESULTADOS: dados obtidos demonstram que os egressos: conseguem inserção em serviços de saúde mental nos primeiros 6 meses de formados; buscam principalmente cursos de especialização e/ou aprimoramento; vivenciam grande rotatividade em serviços novos; relatam que tais serviços são heterogêneos em relação à organização, processo de trabalho, estrutura, gestão e objetivos assistenciais; são convocados ao desempenho de tarefas de planejamento e gestão sem que disponham de experiência e maturidade; relatam que os serviços são implantados sem um processo formativo e de gestão consistentes, enfrentam um cenário repleto de conflitos técnicos e teóricos que expressam dificuldades presentes no processo de mudança no campo da saúde mental. CONCLUSÕES: os novos cenários exigem novas competências profissionais não previstas na graduação; qualificação e formação permanente; mudanças na formação oferecida pela graduação especialmente nos campos da atenção básica, dependência química e alcoolismo. Há falta de formação para o trabalho em equipe e para a gestão e modelagem de serviços. Os jovens profissionais necessitam de respaldo institucional pois são os protagonistas das mudanças propostas pela Política de Saúde Mental.

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Publicado

2010-08-01

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

Mângia, E. F., Muramoto, M. T., & Marques, A. L. M. (2010). Formação profissional e serviços de saúde mental no SUS: estudo sobre a inserção de egressos do Curso de Terapia Ocupacional da FMUSP . Revista De Terapia Ocupacional Da Universidade De São Paulo, 21(2), 148-157. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v21i2p148-157