Resistência e dissonância nas narrativas em disputa

a voz da mídia e a voz dos movimentos de ocupação de 2016

Autores

  • Hila Rodrigues Universidade Federal de Ouro Preto
  • Juarez Rocha Guimarães Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2020.165963

Palavras-chave:

Narrativa midiática, Enquadramento, Juventude, Resistência, Estratégias discursivas

Resumo

Esse artigo analisa as narrativas produzidas pela mídia e pelos segmentos juvenis durante os movimentos de ocupação nas escolas e universidades no segundo semestre do ano de 2016. O exame dessas narrativas em disputa revela estratégias discursivas específicas: no âmbito das ocupações, o agendamento de temas destinados à formação de certos enquadramentos propostos pelos jovens estudantes, interessados em: (1) “furar” a narrativa dominante inaugurada pelos meios de comunicação televisivos; e (2) escapar às estratégias de silenciamento por meio dos atos de resistência. No âmbito midiático, tem-se o agendamento de temas destinados à formação de enquadramentos centrados na: (1) deslegitimação do movimento (a partir de chaves de oposição e contrafacção no campo semântico); na (2) estigmatização do discurso da resistência; e (3) na criminalização dos atos de resistência.

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Publicado

2020-07-16

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Resistência e dissonância nas narrativas em disputa: a voz da mídia e a voz dos movimentos de ocupação de 2016. RuMoRes, [S. l.], v. 14, n. 27, p. 54–74, 2020. DOI: 10.11606/issn.1982-677X.rum.2020.165963. Disponível em: https://www.periodicos.usp.br/Rumores/article/view/165963.. Acesso em: 28 mar. 2024.