Rostificação e figurabilidade: teses gráficas do rosto na arte parietal egípcia

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v32i1pe205158

Palabras clave:

Arte parietal, face, rostificación, figurabilidad, Egito

Resumen

Por meio de quatro coleções visuais tomadas de murais urbanos durante deambulações etnográficas pelo Cairo após os eventos da Revolução Egípcia de 2011, o artigo busca abrir especulações sobre algumas teses despertas pelos gravurismos parietais egípcios contemporâneos através de suas relações pregnantes com a face, com uma teoria do sujeito e com a verdade histórica. Ao intencionar abordar alguns desses experimentos pictóricos baseados nos rostos de jovens manifestantes e de anônimos, ressalta-se que, em vez da máquina abstrata da rostificação do agente revolucionário, os murais egípcios atribuíram à figurabilidade do rosto humano a condição metapolítica de ser qualquer um, sujeito existente para além das segmentações das lutas morais pelo reconhecimento.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Biografía del autor/a

  • Potyguara Alencar dos Santos, Universidade Federal do Piauí (UFPI)

    Possui doutorado e mestrado em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (UnB) e graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Tem marcado suas atuações em torno de uma antropologia da linguagem, das emoções e do corpo, com pesquisas em contextos da África Norte-saariana e do Egito urbano e rural contemporâneo ao período do Baᶜd al-Thaūra (após-revolução), onde vem explorando temas metapolíticos presentes no cotidiano emocional expressivo dos indivíduos e nas vivências das suas artes verbais e corporais criativas. Foi secretário e pesquisador do Laboratório de Estudos da Globalização e do Desenvolvimento (LEG - UnB) e é pesquisador colaborador do Laboratório e Grupo de Estudos em Relações Interétnicas (LAGERI - UnB). Atualmente realiza estágio pós-doutoral junto ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Piauí (PPGAnt/UFPI).

Referencias

ABDELMAGID, Yakein. 2013. “The emergence of the Mona Lisa Battalions: graffiti art networks in post-2011 Egypt”. Review of Middle East Studies, 47, no. 2: 172-182. https://doi.org/10.1017/S2151348100058079.

ABU-LUGHOD, Lila. 2012. “Living the ‘revolution’ in an Egyptian village: moral action in a national space.” American Ethnologist, 39, no. 1: 21-25. https://www.jstor.org/stable/41410468.

ALEXANDER, Anne; BASSIOUNY, Mustafa. 2014. Bread, freedom, social justice: Workers and the Egyptian Revolution. London: Zed Books.

AL-GAZZAR, Abdel Hadi. 1944. Exposition Art Blog. http://milenaolesinska.blogspot.com/2017/05/abdel-hadi-al-gazzar.html.

AL-QASSEMI, Sultan. 2014. “Egypt’s long history of activist artists”. The Tahrir Institute of Middle East History, 2014. https://timep.org/commentary/analysis/egypts-long-history-of-activist-artists/.html.

ART IN MIDDLE EAST. 2013. Street Art News, nov. 2. https://streetartnews.net/2013/11/women-street-art-in-middle-east.html.

AWAD, Alaa. 2012. Alaa Awad, the artist. http://alaa-awad.com/murals_mohamed-mahmoud-street_cairo_egypt#iLightbox[Egyptian%20Revolution%20%E2%80%93%202012]/26.

AWAD, Alaa. 2012. Alaa Awad, the artist. http://alaa-awad.com/murals_mohamed-mahmoud-street_cairo_egypt#iLightbox[Egyptian%20Revolution%20%E2%80%93%202012]/37.

BADIOU, Alain. 2006. Metapolitics. Tradução de Jason Barker. London & New York: Verso.

BADIOU, Alain. 1994. “Verdade e sujeito.” Tradução de Jean Briant. Estudos Avançados, 8, no. 21: 177-184. https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9668/.html.

BISHARA, Dina. 2014. “The Power of Workers in Egypt’s 2011 Uprising.” In Arab Spring in Egypt: revolution and beyond, organizado por Bahgat KORANY e Rabah EL-MAHDI, 83-103. Cairo & New York: The American University in Cairo Press.

BUTLER, Judith. 2017. “Introdução.” In A alma e as formas: ensaios de George LUKÁCS, 11-28. Belo Horizonte: Autêntica.

CERTEAU, Michel de; JULIA, Dominique; REVEL, Jacques. 1995. “A beleza do morto.” In A cultura no plural organizado por Michel de CERTEAU, 55-85. Tradução de Enid Abreu Dobránszky. Campinas: Papirus Editora.

CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS. “Translation and transliteration guide”. Acessado em 12 fev. 2023. https://www.cambridge.org/core/journals/international-journal-of-middle-east-studies/information/author-resources/ijmes-translation-and-transliteration-guide.

DAMISCH, Hubert. 1972. Théorie du nuage. Pour une histoire de la peinture. Paris: Seuil.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. 1996. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 3. Tradução de Aurélio Guerra Neto. Rio de Janeiro: Editora 34.

DIDI-HUBERMAN, Georges. 2010. O que vemos, o que nos olha. Tradução de Paulo Neves. Rio de Janeiro: Editora 34.

ELFIQI, Khaled. 2021. “Street art in Egyptian Revolution”. DW. https://www.dw.com/en/arab-spring-street-art/g-56313247.

FLAUSINO, Cristina Valéria. 2019. Rosto e rostificação: os modos de operar da máquina de rostidade. Tese (Doutorado) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo.

FRANCASTEL, Pierre. 1993. A realidade figurativa. Tradução de Mary Amazonas Leite de Barros. São Paulo: Perspectiva.

GABRA, Gawdat. 2008. Historical dictionary of the Coptic Church. Cairo: The American University in Cairo Press.

GHANNAM, Farha. 2012. “Meanings and feelings: local interpretations of the use of violence in the Egyptian revolution.” American Ethnologist, 39, no. 1: 32-36. https://www.jstor.org/stable/41410470.

HANDY, Basma; KARL, Don Stone; ELTAHAWY, Mona (Orgs.). 2014. Walls of freedom: street art of the Egyptian Revolution. Berlim: From Here to Fame.

HARVEY, David. 2013. Rebel cities: from the right to the city to the urban revolution. New York: Verso.

HATINA, Meir. 2014. Martyrdom in modern islam: piety, power, and politics. Cambridge & New York: Cambridge University Press.

HIRSCHKIND, Charles. 2012. “Beyond secular and religious: an intellectual genealogy of Tahrir Square.” American Ethnologist, 39, no. 1: 49-53. https://www.jstor.org/stable/i40068648/.html.

HONNETH, Axel. 2003. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. Tradução de Luiz Repa. São Paulo: Editora 34.

HUCHET, Stéphane. 2010. “Passos e caminhos de uma teoria da arte”. In O que vemos, o que nos olha de Georges DIDI-HUBERMAN, 7-28. Rio de Janeiro: Editora 34.

LAUTRÉAMONT, Conde de. 2002. Les chants de maldoror. Paris: Numilog.

LEVINAS, Emmanuel. 1997. Entre nós: ensaio sobre a alteridade. Tradução de Pergentino Stefano Pivatto. Petrópolis, RJ: Editora Vozes.

LYOTARD, Jean-François. 1979. Discurso, Figura. Tradução de Josep Elias e Carlota Hesse. Barcelona: Editorial Gustavo Gili S. A.

MAHMOOD, Saba. 2012. “Sectarian conflict and family law in contemporary Egypt.” American Ethnologist, 39, no. 1: 54-62. https://www.jstor.org/stable/i40068648.

MANCO, Tristan. 2002. Stencil graffiti. London: Thames & Hudson.

MCDONALD, Nancy. 2001. The graffiti subculture: youth, masculinity and identity in London and New York. New York: Palgrave Macmillan.

MEHREZ, Samia. 2012. Translating Egyptan Revolution: the language of Tahrir. Cairo: American University in Cairo Press.

MITCHELL, Timothy. 1988. Colonising Egypt. Berkley, Los Angeles, London: University of California Press.

MITTERMAIER, Amira, 2015. “Death and martyrdom in the Arab Uprisings: an introduction.” Ethnos, 80, no. 5: 649-670. https://doi.org/10.1080/00141844.2014.938090.

PARKER, Ann. 2009. Hajj paintings: folk art of the great pilgrimage. Cairo: The American University in Cairo Press.

RAMZY, Carolyn M. 2015. “To Die is Gain”: singing a heavenly citizenship among Egypt’s Coptic Christians. Ethnos, 80, no. 5: 649-670. https://doi.org/10.1080/00141844.2014.943260.

SAAD, Reem. 2012. “The Egyptian Revolution: a triumph of poetry.” American Ethnologist, 39, no. 1: 63-66. https://www. https://www.jstor.org/stable/i40068648.

SCHIELKE, Samuli. 2015. Egypt in the future tense: hope, frustration, and ambivalence before and after 2011. Bloomington: Indiana University Press.

STRATHERN, Marilyn. 2011. “Sobre o espaço e a profundidade.” Tradução de Priscila Santos da Costa. Cadernos de Campo, 20, no. 20: 241-254. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v20i20p241-258.

STREET ART. “Women street art in middle east.”. Acessado em 12 fev. 2023. https://streetartnews.net/2013/11/women-street-art-in-middle-east.html.

VEYNE, Paul. 1983. Acreditavam os gregos em seus mitos? Ensaio sobre a imaginação constituinte. São Paulo: Editora Brasiliense.

WAGNER, Roy. 1986. “Figure-Ground Reversal Among the Barok.” In Assemblage of spirits: idea and imagine in New Ireland organizado por Louise LINCOLN, 56-62. Nova York: George Braziller.

WAGNER, Roy. 2017. Símbolos que representam a si mesmos. Tradução de Priscila Santos da Costa. São Paulo: Editora Unesp.

WINEGAR, Jessica. 2012. “The privilege of revolution: gender, class, space, and the affect in Egypt”. American Ethnologist, 39, no. 1: 67-70. https://www.jstor.org/stable/41410476.

Publicado

2023-06-30

Número

Sección

Dossiê: Imagens Urbanas em Contextos Africanos

Cómo citar

Santos, P. A. dos . (2023). Rostificação e figurabilidade: teses gráficas do rosto na arte parietal egípcia. Cadernos De Campo (São Paulo, 1991), 32(1), e205158. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v32i1pe205158