Produção e uso de tecnologia setorial no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1980-5330/ea172515

Palavras-chave:

Pesquisa & Desenvolvimento;, P&D incorporada, institutos públicos de pesquisa, insumos intermediários, insumo-produto

Resumo

Este estudo apresenta uma visão da produção e uso de tecnologia para 68 setores de atividade da economia brasileira. Foram utilizados dados de pesquisa e desenvolvimento (P&D) das novas contas nacionais e dos institutos públicos de pesquisa. Para captar a P&D indireta dos insumos intermediários e bens de investimento (nacionais e importados), foram utilizadas matrizes de insumo-produto e de investimento. Resultados mostram heterogeneidade setorial na produção e no uso da P&D. Conclui-se que o Estado tem um papel significativo nos investimentos tecnológicos e que a mudança estrutural para os serviços é preocupante porque produzem pouca tecnologia no país.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

AGHION, Philippe; HOWITT, Peter. A model of growth through creative destruction. Econometrica, v. 60, n. 2, p. 323–351, 1992.

BRESCHI, S.; MALERBA, F. Sectoral innovation systems: technological regimes, Schumpeterian dynamics, and spatial boundaries. In: EDQUIST, Charles (org.) Systems of Innovation: Technologies, Institutions and Organizations. Abingdon: Routledge, 1997.

BUREAU OF ECONOMIC ANALYSIS — BEA. U.S. input-output accounts: 1997-2015. Washington, DC: U.S. Department of Commerce, 2016.

CASTELLACCI, Fulvio. Technological paradigms, regimes and trajectories: Manufacturing and service industries in a new taxonomy of sectoral patterns of innovation. Research Policy, v. 37, n. 6-7, p. 978–994, 2008.

COHEN, Wesley M.; LEVINTHAL, Daniel A. Innovation and learning: The two faces of R&D. Economic Journal, v. 99, n. 397, 1989.

DE NEGRI, Fernanda. Conteúdo tecnológico do comércio exterior brasileiro: O papel das empresas estrangeiras. IPEA, Brasília, 2005.

DE NEGRI, João Alberto; SALERNO, Mario Sergio (org.). Inovações, padrões tecnológicos e desempenho das firmas industriais brasileiras. Brasília: IPEA, 2005.

DIETZENBACHER, Erik; LOS, Bart. Externalities of R&D expenditures. Economic Systems Research, v. 14, n. 4, p. 407–425, 2002.

DOSI, Giovanni; PAVITT, Keith; SOETE, Luc. The economics of technical change and international trade. New York: New York University Press, 1990.

ERVILHA, Gabriel Teixeira; VIEIRA, Wilson Da Cruz; FERNANDES, Elaine Aparecida. Determinantes da ecoinovação na indústria de transformação brasileira: uma análise empírica. Economia Aplicada, v. 23, n. 4, p. 145–174, 2019.

EVANGELISTA, Rinaldo. Sectoral patterns of technological change in services. Economics of Innovation and New Technology, v. 9, n. 3, p. 183–222, 2000.

FURTADO, André Tosi; CARVALHO, Ruy de Quadros. Padrões de intensidade tecnológica da indústria brasileira: um estudo comparativo com os países centrais. São Paulo em Perspectiva, v. 19, n. 1, p. 70–84, 2005.

FURTADO, João; URIAS, Eduardo. Recursos naturais e desenvolvimento: estudos sobre o potencial dinamizador da mineração na economia brasileira. São Paulo: IBRAM, 2013.

GALINDO-RUEDA, Fernando; VERGER, Fabien. OECD taxonomy of economic activities based on R&D intensity. OECD, Paris, 2016.

GONÇALVES, Eduardo; FERREIRA NETO, Amir Borges. Intersectoral flows of technological knowledge in emerging countries: an input-output analysis. Cepal Review, v. 118, p. 139–155, 2016.

GOUMA, Reitze et al. WIOD socio-economic accounts 2016: sources and methods. Groningen: WIOD, 2018.

GROSSMAN, Gene M; HELPMAN, Elhanan. Innovation and growth in the global economy. Cambridge, MA: MIT Press, 1991.

GUILHOTO, JoaquimJoséMartins; SESSO FILHO, Umberto Antonio. Estimação da matriz insumo-produto a partir de dados preliminares das contas nacionais. Economia Aplicada, v. 9, n. 2, p. 277–299, 2005.

GUILHOTO, JoaquimJoséMartins; SESSO FILHO, Umberto Antonio. Estimação da matriz insumo-produto utilizando dados preliminares das contas nacionais: aplicação e análise de indicadores econômicos para o Brasil em 2005. Economia & Tecnologia, v. 6, n. 4, p. 53–62, 2010.

HATZICHRONOGLOU, Thomas. Revision of the high-technology sector and product classification. OECD, Paris, 1997.

HAUKNES, Johan; KNELL, Mark. Embodied knowledge and sectoral linkages: an input–output approach to the interaction of high- and low-tech industries. Research Policy, v. 38, n. 3, p. 459–469, 2009.

HIPP, Christiane; GRUPP, Hariolf. Innovation in the service sector: the demand for service-specific innovation measurement concepts and typologies. Research Policy, v. 34, n. 4, p. 517–535, 2005.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA — IBGE. Nota metodológica no. 16: pesquisa e desenvolvimento (versão para informação e comentários). Rio de Janeiro: Coordenação de Contas Nacionais, IBGE, 2015a.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA — IBGE. Sistema de contas nacionais: Brasil: 2010-2013. Rio de Janeiro: IBGE, 2015b.

JARUZELSKI, Barry; STAACK, Volker; CHWALIK, Robert. The global innovation 1000: will stronger borders weaken innovation? Strategy and Business, v. 89, 16 p., 2017.

JARUZELSKI, Barry; STAACK,Volker; SHINOZAKI, Aritomo.Global innovation 1000: software-as-a-catalyst. Strategy and Business, v. 85, 16 p., 2016.

KER, Daniel; GALINDO-RUEDA, Fernando. Frascati manual R&D and the system of national accounts. OECD, Paris, 2017.

LALL, Sanjaya. The technological structure and performance of developing country manufactured exports, 1985-98. Oxford Development Studies, v. 28, n. 3, p. 337–369, 2000.

MIGUEZ, Thiago de Holanda Lima. Evolução da formação bruta de capital fixo na economia brasileira 2000-2013: uma análise multissetorial a partir das matrizes de absorção de investimento (MAIs). 155 f. Tese (Doutorado em Economia da Indústria e da Tecnologia) – Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.

MILLER, Ronald E; BLAIR, Peter D. Input-output analysis: foundations and extensions. 2. ed. Cambridge, England: Cambridge University Press, 2009.

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA—MCTI. Metodologia e critérios para levantamento dos investimentos nacionais em ciência e tecnologia (Relatório Técnico). Brasília: MCTI, 2009.

MORCEIRO, Paulo César. A indústria brasileira no limiar do século XXI: uma análise da sua evolução estrutural, comercial e tecnológica. Tese (Doutorado em Economia das Instituições e do Desenvolvimento) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

MORCEIRO, Paulo César. Nova classificação de intensidade tecnológica da OCDE e a posição do Brasil. Informações FIPE, n. 461, p. 8–13, fev. 2019.

MORCEIRO, Paulo César et al. Por que não baixa tecnologia? In: XXXIX Encontro Nacional de Economia, 2011.

MORCEIRO, Paulo César; GUILHOTO, Joaquim José Martins. Adensamento produtivo e esgarçamento do tecido industrial brasileiro. Economia e Sociedade, v. 29, n. 3, p. 835–860, 2020.

MORCEIRO, Paulo César; GUILHOTO, Joaquim José Martins. Sectoral deindustrialization and long-run stagnation of Brazilian manufacturing. Brazilian Journal of Political Economy, v. 43, n. 2, p. 418–441, 2019.

NOGUEIRA, Leilyanne Viana; ARRAES, Ronaldo Albuquerque. Função de produção de ideias e crescimento no Brasil e suas regiões. Economia Aplicada, v. 19, n. 4, p. 641–678, 2015.

OECD. Analytical business enterprise research and development database – ANBERD (ISIC Rev. 4). Paris: OECD-ANBERD DATABASE, 2017.

OECD. Frascati Manual 2015: guidelines for collecting and reporting data on research and experimental development. Paris: OECD Publishing, 2015.

OECD. OECD science, technology and industry scoreboard 2003. Paris: OECD Publications, 2003.

OECD. Oslo manual: guidelines for collecting and interpreting innovation data. 3. ed. Paris: OECD Eurostat, 2005.

PAPACONSTANTINOU, G.; SAKURAI, N.; WYCKOFF, A. Domestic and international product-embodied R&D diffusion. Research Policy, v. 27, n. 3, p. 301–314, 1998.

PAPACONSTANTINOU, G.; SAKURAI, N.; WYCKOFF, A. Embodied technology diffusion: an empirical analysis for 10 OECD countries. OECD, Paris, 1996.

PAVITT, Keith. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, n. 6, p. 343–373, 1984.

PÉREZ, Carlota. Technological dynamism and social inclusion in Latin America: A resource-based production development strategy. Cepal Review, v. 2010, n. 100, p. 121–141, 2010.

ROBERTSON, Paul; SMITH, Keith; VON TUNZELMANN, Nick. Innovation in low and medium-technology industries. Research Policy, v. 38, n. 3, p. 441–446, 2009.

ROSENBERG, Nathan. Technological interdependence in the American economy. In: ROSENBERG, Nathan. Inside the black box: technology and economics. Cambridge: Cambridge University Press, 1982.

SABATO, Jorge A. El comercio de tecnologia. Ensayos en campera. Buenos Aires: Juarez Editor, 1979.

SCHERER, F. M. Inter-industry technology flows in the United States. Research Policy, v. 11, n. 4, p. 227–245, 1982.

SCHMOOKLER, Jacob. Invention and economic growth. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1966.

SCHUMPETER, Joseph Alois. Capitalism, socialism and democracy. New York: Harper & Brothers, 1942.

SCHUMPETER, Joseph Alois. The theory of economic development. Cambridge, MA: Harvard University, 1934.

SNA. SYSTEM OF NATIONAL ACCOUNTS 2008. New York: United Nations; European Commission; Organisation for Economic Co-operation e Development; International Monetary Fund; World Bank, 2009.

SUZIGAN, Wilson; ALBUQUERQUE, Eduardo Motta. The underestimated role of universities for the Brazilian system of innovation. Revista de Economia Política, v. 31, n. 1, p. 3–30, 2011.

TERLECKYJ, Nestor E. Effects of R&D on the productivity growth of industries: an exploratory study. Washington, DC: National Planning Association, 1974.

TESSARIN, Milene Simone. O papel da inovação, diversificação e vizinhança setorial no desenvolvimento industrial recente do Brasil. Tese (Doutorado em Economia das Instituições e do Desenvolvimento) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

TESSARIN, Milene Simone; SUZIGAN, Wilson; GUILHOTO, Joaquim José Martins. Cooperação para inovar no Brasil: diferenças segundo a intensidade tecnológica e a origem do capital das empresas. Estudos Econômicos, v. 50, n. 4, p. 671–704, 2020.

TIMMER, Marcel P. et al. An anatomy of the global trade slowdown based on the WIOD 2016 release. Groningen Growth and Development Centre, Groningen, 2016.

ZUCOLOTO, Graziela Ferrero; TONETO JÚNIOR, Rudinei. Esforço tecnológico da indústria de transformação brasileira: uma comparação com países selecionados. Revista de Economia Contemporânea, v. 9, n. 2, p. 337–365, 2005.

Downloads

Publicado

2022-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Morceiro, P. C., Tessarin, M. S., & Guilhoto, J. J. M. (2022). Produção e uso de tecnologia setorial no Brasil. Economia Aplicada, 26(4), 517-550. https://doi.org/10.11606/1980-5330/ea172515