Autoavaliação como estratégia de resistência à avaliação externa ranqueadora
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1517-9702201508144828Resumo
Este artigo discute o sentido atual das políticas de avaliaçãona e da escola ao apresentar a investigação realizada por pesquisadores brasileiros e portugueses, com a participação de vinte escolas públicas, nas cidades de São Paulo e Campinas (Brasil) e do Porto (Portugal). Referenciando-se na Avaliação Institucional Participativa e na Qualidade Negociada, a pesquisa se junta aos profissionais das escolas e de setores da administração educacional, com a formação de grupos de estudo em cada uma das universidades. O artigo aborda criticamente a função expertise da pesquisa que frequentemente legitima avaliações centradas nos produtos, portando credibilidade aos testes padronizados, à proliferação de uma avaliocracia, com consequente alteração de procedimentos de inspeção e direção escolares, além de mudanças na gestão dos sistemas educativos, corrompendo/deformando o conceito de autonomia escolar, favorecendo a proliferação de escolas administradas por concessão, o estímulo ao cheque-ensino, bem como o aumento e naturalização das desigualdades escolares e uma dada representação da sociedade do conhecimento, que refuncionaliza a formação profissional para as classes populares, recriando a dualidade do ensino. Em contraponto, a pesquisa argumenta as possibilidades de um circuito virtuoso do ensino, da pesquisa e da extensão como método na relação com escolas públicas, partindo de uma concepção de Qualidade Negociada que, em conjunto com profissionais e comunidade, em cada escola, inicia processos deautoavaliação, com intencionalidade de transformação e com a possibilidade de desenvolvimento de novas relações dentro e fora da escola, reforçando a aprendizagem estratégica da competência coletiva dos atores sociais em prol da escola pública de qualidade social.Downloads
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Publicado
2015-12-01
Edição
Seção
Dossiê - Para onde caminham as atuais avaliações educacionais?
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Como Citar
Autoavaliação como estratégia de resistência à avaliação externa ranqueadora . (2015). Educação E Pesquisa, 41(spe), 1283-1298. https://doi.org/10.1590/S1517-9702201508144828