Desafios da investigação com crianças na formação de professores
contributos da sociologia da infância
DOI:
https://doi.org/10.1590/s1678-4634201844182055Palavras-chave:
Investigação com crianças, Sociologia da infância, Crianças, Professor investigadorResumo
Em sintonia com um quadro teórico que se vem afirmando desde os anos 70 do século XX, a formação de professores, desenvolvida em diversos países, constrói-se em torno de estratégias formativas assentes em dinâmicas de investigação. A investigação com crianças, enquanto sujeitos de aprendizagem, tem ocupado um lugar privilegiado nesta estratégia formativa encetada na Universidade dos Açores, e, em algumas unidades curriculares, os quadros concetuais da Sociologia da Infância contribuem para que os formandos compreendam a alteridade infantil e incorporem esse conhecimento na ação pedagógica. No presente artigo, prioriza-se a descrição e a análise de situações reais, que envolveram formandos e formadores da universidade, como mote para discutir os desafios que podem ocorrer na relação que o investigador e as crianças constroem no decurso dos processos de investigação, refletindo alguns dos fatores relacionais e contextuais que podem complexificar esse processo. Entre os múltiplos desafios, destacam-se a forma como as imagens que a sociedade constrói sobre a infância podem condicionar a relação investigador-criança e os obstáculos que o desempenho do ofício de aluno criam à livre expressão da identidade das crianças; reflete-se, ainda, a forma como os adultos que, no contexto escolar, controlam o acesso do investigador aos contextos, podem condicionar o conhecimento que se pretende construir sobre as crianças. Conhecimento este que é desafiado permanentemente pela incompetência do adulto que desconhece manifestações das culturas infantis.
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