Efeitos do treino de realidade virtual na coordenação motora dos membros superiores de indivíduos após acidente vascular encefálico uma revisão sistemática com meta-análise
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-2950/19039029012022PTPalavras-chave:
Realidade Virtual, Destreza Motora, extremidade Superior, Acidente Vascular Cerebral, Revisão SistemáticaResumo
Após um acidente vascular encefálico (AVE), 75% das pessoas tem o membro superior acometido, permanecendo com sequelas nessa extremidade. Resultados de ensaios clínicos recentes são contraditórios quanto à eficácia da terapia de realidade virtual (RV) na reabilitação da coordenação motora dos membros superiores dessa população. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática da literatura, com meta- análise, a fim de investigar os efeitos do treinamento com RV na coordenação motora dos membros superiores em pacientes pós-AVE. Para isso, foram feitas buscas nas bases de dados PubMed, LILACS, SciELO, PEDro e buscas manuais. Esse processo foi realizado por dois avaliadores independentes, e a qualidade metodológica dos estudos foi avaliada pela escala PEDro. Foram selecionados 18 estudos, sendo que apenas 13 foram incluídos na meta-análise. De forma geral, o treino de RV se mostrou eficaz na melhora da coordenação motora dos membros superiores da população (SMD 0,32; IC95% 0,08 a 0,56; I2 =42%; p<0,01). Após uma análise de subgrupos, o treino de RV demonstrou ser superior quando comparado a nenhuma intervenção (SMD 0,36; IC95% 0,06 a 0,66; p<0,05). No entanto, quando comparado a outras intervenções, não houve diferença significativa (SMD 0,26; IC95% −0,12 a 0,64; p=0,18). De forma geral, o treino de RV é eficaz na melhora da coordenação motora dos membros superiores de indivíduos pós- AVE em comparação a nenhuma intervenção. No entanto, não é superior quando comparado a outros tipos de intervenção utilizados na reabilitação da coordenação motora dos membros superiores dos pacientes.
Downloads
Referências
Rafii MS, Hillis AE. Compendium of cerebrovascular diseases. Int Rev Psychiatry. 2006;18(5):395-407. doi: 10.1080/09540260600935405.
Canning CG, Ada L, Adams R, O’Dwyer NJ. Loss of strength contributes more to physical disability after stroke than loss of dexterity. Clin Rehabil. 2004;18(3):300-8. doi: 10.1191/0269215504cr715oa.
Teixeira-Salmela LF, Parreira VF, Britto RR, Brant TC, Inácio EP, Alcântara TO, et al. Respiratory pressures and thoracoabdominal motion in community-dwelling chronic stroke survivors.
Arch Phys Med Rehabil. 2005;86(10):1974-8. doi: 10.1016/j.apmr.2005.03.035.
Forster A, Dickerson J, Young J, Patel A, Kalra L, Nixon J, et al. A cluster randomised controlled trial and economic evaluation of a structured training programme for caregivers of inpatients after stroke: the TRACS trial. Health Technol Assess. 2013;17(46):1-216. doi: 10.3310/hta17460.
Rodrigues-Baroni JM, Nascimento LR, Ada L, Teixeira-Salmela LF. Walking training associated with virtual reality-based training increases walking speed of individuals with chronic stroke: systematic review with meta-analysis. Braz J Phys Ther. 2014;18(6):502-12. doi: 10.1590/bjpt-rbf.2014.0062.
Barreto CS, Carteado HSBS, Viégas LRT, Bastos MCD, Novais MBB, Ferraz DD. Eletroterapia aplicada ao membro superior espástico de pacientes com acidente vascular cerebral – um estudo de revisão. Rev Pesqui Fisioter. 2015;5(2):163-9. doi: 10.17267/2238-2704rpf.v5i2.585.
Awad EA, Dykstra D. Tratamento da espasticidade pela neurólise. In: Kottke FJ, Lehmann JF. Tratado de medicina física e reabilitação de Krusen. 4th ed. São Paulo: Manole; 1994. p. 1145-51
Veronezi AMG, Bachiega GL, Augusto VS, Carvalho AC. Avaliação da performance da marcha de pacientes hemiplégicos do projeto Hemiplegia. Fisioter Mov. 2004;17(1):31-8.
Latash ML, Turvey MT, Bernstein NA. Dexterity and its development. Mahwah: Lawrence Erlbaum Associates; 1996.
Ada L, Canning C. Changing the way we view the contribution of motor impairments to physical disability after stroke. In: Refshauge K, Ada L, Ellis E, editors. Science-based rehabilitation: theories into practice. Amsterdam: Elsevier; 2005. p. 87-106.
Cavaco NS, Alouche SR. Instrumentos de avaliação da função de membros superiores após acidente vascular encefálico: uma revisão sistemática. Fisioter Pesqui. 2010;17(2):178-83.
doi: 10.1590/S1809-29502010000200015.
Arnoni JLB, Verderio BN, Pinto AMA, Rocha NACF. Efeito da intervenção com videogame ativo sobre o autoconceito, equilíbrio, desempenho motor e sucesso adaptativo de crianças
com paralisia cerebral: estudo preliminar. Fisioter Pesqui. 2018; 25(3):194-302. doi: 10.1590/1809-2950/17021825032018.
Schiavinato AM, Machado BC, Pires MA, Baldan C. Influência da realidade virtual no equilíbrio de paciente portador de disfunção cerebelar. Rev Neurocienc. 2011;19(1):119-27. doi: 10.34024/rnc.2011.v19.8422.
Soares MD, Santos JKV, Costa FA, Melo LP. Wii reabilitação e fisioterapia neurológica: uma revisão sistemática. Rev Neurocienc. 2015;23(1):81-8. doi: 10.4181/RNC.2015.23.01.982.8p.
Givon N, Zeilig G, Weingarden H, Rand D. Video-games used in a group setting is feasible and effective to improve indicators of physical activity in individuals with chronic stroke: a randomized controlled trial. Clin Rehabil. 2016;30(4):383-92. doi: 10.1177/0269215515584382.
Kong KH, Loh YJ, Thia E, Chai A, Ng CY, Soh YM, et al. Efficacy of a virtual reality commercial gaming device in upper limb recovery after stroke: a randomized, controlled study. Top Stroke
Rehabil. 2016;23(5):333-40. doi: 10.1080/10749357.2016.1139796.
Afsar SI, Mirzayev I, Umit Yemisci O, Cosar Saracgil SN. Virtual reality in upper extremity rehabilitation of stroke patients: a randomized controlled trial. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2018;27(12):3473-8. doi: 10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2018.08.007.
Lee S, Kim Y, Lee BH. Effect of virtual reality-based bilateral upper extremity training on upper extremity function after stroke: a randomized controlled clinical trial. Occup Ther Int.
;23(4):357-68. doi: 10.1002/oti.1437.
Thomas JR, Nelson JK, Silverman SJ. Métodos de pesquisas em atividade física. 6th ed. Porto Alegre: Artmed; 2012.
Herbert R, Jamtvedt G, Hagen KB, Mead J. Practical evidencebased physiotherapy. Amsterdam: Elsevier; 2011.
Desrosiers J, Rochette A, Corriveau H. Validation of a new lowerextremity motor coordination test. Arch Phys Med Rehabil. 2005;86(5):993-8. doi: 10.1016/j.apmr.2004.11.007.
Shiwa SR, Costa LOP, Moser ADL, Aguiar IC, Oliveira LVF. PEDro: a base de dados de evidências em fisioterapia. Fisioter Mov. 2011;24(3):523-33. doi: 10.1590/S0103-51502011000300017.
Cohen J. Statistical power analysis for the behavioral sciences. 2nd ed. Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates; 1988.
Adie K, Schofield C, Berrow M, Wingham J, Humfryes J, Pritchard C, et al. Does the use of Nintendo Wii SportsTM improve arm function? Trial of WiiTM in stroke: a randomized controlled trial and economics analysis. Clin Rehabil. 2017;31(2):173-85. doi: 10.1177/0269215516637893.
Aşkın A, Atar E, Koçyiğit H, Tosun A. Effects of Kinect-based virtual reality game training on upper extremity motor recovery in chronic stroke. Somatosens Mot Res. 2018;35(1):25-32.
doi: 10.1080/08990220.2018.1444599
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Cecília Vieira Meireles, Suelen Félix Ferreira, Patrick Roberto Avelino, Kênia Kiefer Parreiras de Menezes
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.