Entre casas e estradas: ecos de uma Amazônia urbana no circo de rua

Autores

  • Juliana Oliveira Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/fef11s25

Palavras-chave:

circulação, amazônia, sazonalidade, rio tapajós, circo de rua

Resumo

Pessoas que voluntariamente escolhem romper com vínculos formais de trabalho e residência, passam a viver através do circo de rua. Circulam por cidades diversas, encontrando-se e partilhando informações sobre como chegar a uma cidade, como se manter e como sair dela. Dentro disso, Santarém e Alter do Chão, oeste do Pará, aparecem como locais, respectivamente, para fazer dinheiro e viver. Todavia, a dinâmica local é influenciada pelas variações sazonais do rio Tapajós que delineia a alta e a baixa temporada. Este artigo reflete os ecos de uma face urbana da Amazônia na vida das/dos malabaristas a partir da dinâmica movimento-repouso, com ênfase (i) na formação de circuitos de cidades acionadas por elas/es; (ii) na construção imagética de Alter do Chão como um lugar para morar; (iii) na dialética circulação-fixação, expressa sob a forma das viagens de trabalho feitas a cidades amazônicas.

Biografia do Autor

  • Juliana Oliveira Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS-MN/UFRJ)

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Publicado

2018-12-28

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Silva, J. O. (2018). Entre casas e estradas: ecos de uma Amazônia urbana no circo de rua. Ponto Urbe, 23, 1-21. https://doi.org/10.11606/fef11s25