Um olhar sobre a infraestrutura: reflexões sobre mobilidade e funcionamento do trânsito de São Gonçalo (Brasil-RJ)
DOI:
https://doi.org/10.11606/8v7pnz88Palavras-chave:
mobilidade, trânsito, infraestrutura, guarda municipal, segurança públicaResumo
No presente artigo analiso como operam as infraestruturas do trânsito de São Gonçalo (RJ) para, a partir de um olhar sobre as mobilidades cotidianas, entender como funciona o trânsito da cidade. Para esse fim, considero os preceitos de Graham e McFarlane (2014), segundo os quais, em qualquer análise, deve-se considerar como as pessoas experimentam e percebem as infraestruturas que estão dispostas em seu dia a dia. São consideradas as informações construídas durante o trabalho de campo desenvolvido entre novembro de 2013 e dezembro de 2014, quando pude fazer uma observação direta do trabalho dos agentes da Guarda Municipal de São Gonçalo. A partir disso, no fim do trabalho, é enfatizado que o funcionamento do trânsito de São Gonçalo depende, sobretudo, dos consensos produzidos a respeito do uso dessas infraestruturas, que podem ou não ir ao encontro daquilo que está previsto em lei.
Referências
AUGÉ, Marc. 1998. El viajero subterráneo: Un etnólogo en el metro. Editorial Gedisa. Barcelona.
BRASIL. Ministério das Cidades. Conselho Nacional de Trânsito. Departamento Nacional de Trânsito. 1998. Código de Trânsito Brasileiro e Legislação Complementar em vigor. Brasília: DENATRAN.
CAIAFA, Janice. 2002. Jornadas Urbanas – Exclusão, trabalho e subjetividade nas viagens de ônibus na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Ed. FGV.
CERTEAU, Michel de. 1994. Caminhadas pela cidade. In: A invenção do cotidiano: Artes do fazer. Petrópolis, Vozes, vol. 1, 1994, pp. 169-192.
DA MATTA, Roberto. 2010. Fé em Deus e Pé na Tábua ou como e por que o trânsito enlouquece no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco.
DAS, Veena; POOLE, Deborah. 2008. El estado y sus márgenes: etnografias comparadas. Cuadernos de Antropologia Social, Buenos Aires, v. 27, p. 19-52.
GEERTZ,Clifford. 2012. O Saber Local: novos Ensaios em Antropologia Interpretativa. Petrópolis, Vozes.
KANT DE LIMA, Roberto. 2013. Entre as leis e as normas: Éticas corporativas e práticas profissionais na segurança pública e na Justiça Criminal. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, v. 6, p. 549-580.
LARKIN, Brian. 2013. “The politics and poetics of infrastructure”. Annual Review of Anthropology, no 42, pp. 327-343.
MARICATO, Emília. 2011. “O Estatuto da Cidade Periférica”. In: BRASIL. Estatuto da Cidade 10 Anos: avançar no planejamento e na gestão urbana. Brasília: Senado Federal.
MIRANDA, Ana Paula Mendes de. MOUZINHO Gláucia Maria Pontes; MELLO, Kátia Sento Sé. 2003. “Os conflitos de rua entre a Guarda Municipal e os “camelôs”. Comum, vol. 8, nº 21, p. 39-65.
MIRANDA, Ana Paula Mendes de; AZEVEDO, Joelma Souza de; ROCHA, Talitha Mirian do Amaral (orgs.). 2014. Políticas Públicas de Segurança Municipal - Guardas Municipais: saberes e práticas. Niterói: Consequência.
MIRANDA, Ana Paula Mendes de. 2014. Cada caso é um caso: saberes e poderes em conflito na construção das estatísticas oficiais. In: MIRANDA, Ana Paula Mendes de; AZEVEDO, Joelma Souza de; ROCHA, Talitha Mirian do Amaral (orgs.) Políticas Públicas de Segurança Municipal - Guardas Municipais: saberes e práticas. Niterói: Consequência.
MISSE, Michel e BRETAS, Marcos Luiz (orgs.). 2010. As guardas municipais no Brasil: diagnóstico das transformações em curso. Rio de Janeiro: NECVU/IFCS/UFRJ/: Booklink.
MELLO, Kátia Sento Sé. 2011. Cidade e Conflito: guardas municipais e camelôs. Niterói: EDUFF.
PATRIOTA DE MOURA, Cristina e VASCONCELOS, L.F.L. 2012. “Trajetos, trajetórias e Motilidade na Universidade de Brasília”. Antropolítica:Revista Contemporânea de Antropologia, nº32, p. 87-112.
PIRES, Lenin. 2013. Transportes públicos e representações sobre mobilidade social: possíveis percepções a partir do Rio de Janeiro e de Buenos Aires. Anuário Antropológico, v. 38, p. 165-193.
ROCHA, Talitha Mirian do Amaral. 2015. “Quem dirige em São Gonçalo dirige em qualquer lugar”: uma etnografia sobre as práticas e representações da Guarda Municipal de São Gonçalo. Dissertação de Mestrado em Antropologia - Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense. Niterói.
SHELLER, Mimi e URRY, John. 2006. The New Mobilities Paradigm. Environment and Planning. A, nº38 (2), p. 207-226.
STEPHEN. GRAHAM e COLIN. MC FARLANE (orgs.). 2014. “Infrastructural Lives: Urban Infrastructure in Context”. Routledge, pp. 153-173.
VARGAS, Joana Domingues; OLIVEIRA JÚNIOR, Almir de. 2010. “As guardas municipais no Brasil: Um modelo de análise”. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, vol. 3.
WEBER, Max. 1979. Burocracia. In: WEBER, Max. Ensaios de sociologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Talitha Mirian do Amaral Rocha
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.