“A vó é uma dádiva. Ela não está mais lá, mas está em mim”: jóias de família como narrativas de afeto

Autores

  • Aline Lopes Rochedo Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.11606/zwf34b75

Resumo

Este relato etnográfico é um fragmento de uma pesquisa sobre a transmissão de joias de família no Rio Grande do Sul, investigação que realizo desde 2016 e que resultará em minha tese de doutorado, a ser defendida em 2020. Produzido a partir de narrativas de sujeitos urbanos, mulheres de camadas médias em maioria, acerca de reminiscências, identidades e trajetórias transgeracionais (Duarte, Gomes 2008), o trabalho procura identificar lógicas de repasses, expressão de emoções e a produção de valores de coisas entendidas por meus informantes como joias de família. Transito entre diferentes perspectivas teóricas que se debruçam sobre as relações entre dádiva (Mauss 2003; Lévi-Strauss 2003, 2009; Weiner 1992; Godelier 2001; Godbout 1999) e herança (Gotman 1988).

Biografia do Autor

  • Aline Lopes Rochedo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Mestre em Antropologia Social (PPGAS/ UFRGS) e doutoranda em Antropologia Social (PPGAS/UFRGS).

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Publicado

2018-12-28

Edição

Seção

Etnográficas

Como Citar

Rochedo, A. L. (2018). “A vó é uma dádiva. Ela não está mais lá, mas está em mim”: jóias de família como narrativas de afeto. Ponto Urbe, 23, 1-9. https://doi.org/10.11606/zwf34b75