Comparação da gravidade dos casos de dengue segundo a classificação antiga e a classificação revisada
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i6p547-553Palavras-chave:
Dengue, Dengue/classificação, Infecções por arbovirus, Classificação, Dengue graveResumo
Introdução: Existem duas classificações que estratificam os casos de dengue pelo quadro clínico laboratorial: a classificação proposta nos anos 50 e a revisada pela Organização Mundial de Saúde, adotada em janeiro de 2014 no Brasil. Compará-las quanto à capacidade de identificar a gravidade do caso representa nosso objetivo. Métodos: Estudo observacional e transversal com análise e comparação dos casos de dengue de 2011 a 2013 de um hospital terciário de referência da cidade de Natal/RN, de acordo com a classificação antiga e a classificação revisada. As correspondências adotadas foram: Dengue Clássica e Febre Hemorrágica da Dengue (DHF) grau I com Dengue; DHF grau II com Dengue com sinais de alarme; DHF grau III e IV com Dengue grave. Resultados: 2.318 fichas foram analisadas, com a população predominantemente adulta, média de idade 30,32 anos ± 17,89, sendo 39% do sexo masculino, 61% do sexo feminino. A partir das correlações designadas, 428 casos foram concordantes, 699 discordantes e 1191 “sem classificação” (casos cujos dados dos prontuários não possibilitaram sua classificação). Conclusões: As duas classificações foram equivalentes no manejo clínico quando os casos de dengue foram graves. A classificação antiga evita a superestimação de casos leves e moderados por utilizar mais aspectos clínicos e laboratoriais que a classificação revisada. Sangramento de mucosa, dor abdominal e vômitos não representaram sinais que evoluíram para gravidade, demonstrando como a utilização dos sinais de alarme de maneira imprecisa pode superestimar os dados.