Índice de massa corporal, nutrição e atividade física em crianças e adolescentes com síndrome de Down
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v101i4e-194959Palavras-chave:
Síndrome de Down, Sobrepeso, Obesidade, Comportamento sedentário, Dieta saudávelResumo
RESUMO: Objetivo: Descrever e comparar hábito nutricional, prática de atividade física e índice de massa corporal (IMC) de crianças e adolescentes com síndrome de Down acompanhados em ambulatório especializado de um hospital terciário no sul do Brasil. Método: Estudo transversal realizado a partir da análise de prontuário de pacientes com síndrome de Down em idade escolar e adolescentes acompanhados em ambulatório especializado do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. A alimentação foi considerada adequada se consistisse em alimentos de todos os grupos nas três refeições principais e um ou dois lanches e água nos intervalos. Sedentarismo foi definido como tempo de atividade física inferior a 300 minutos por semana. O estado nutricional foi avaliado usando as curvas de IMC da Organização Mundial da Saúde, 2007. Resultados: O estudo incluiu 755 pacientes, sendo 236 (31,3%) crianças e 519 (68,7%) adolescentes. Sobrepeso e obesidade foram observados em 10,7% e 14,8% da população, respectivamente, sem diferença significativa entre os gêneros. Alimentação inadequada foi observada em 34,6% e sedentarismo em 23,7% dos pacientes. IMC elevado foi observado em 20,3% das crianças e 27,9% dos adolescentes (p=0,026). Observou-se sedentarismo em 29,5% dos adolescentes e 11% das crianças (p<0,001). Alimentação inadequada também foi mais prevalente em adolescentes, porém sem diferença estatística. Pacientes com IMC elevado, em comparação com eutróficos, tiveram maior prevalência de alimentação inadequada e sedentarismo, com significância estatística. Nesse subgrupo, o sedentarismo foi observado em 25% das crianças e 57,2% dos adolescentes (p<0,001). Conclusão: Adolescentes com síndrome de Down apresentam maiores taxas de IMC elevado e sedentarismo comparados com crianças. Estudos específicos em educação em saúde para essa população são necessários com o objetivo de promover hábitos de vida saudáveis e prevenir a obesidade com efetividade.
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