Sílvio Romero e Machado de Assis: leituras e dissensos do fim do Oitocentos

Autores

  • Alberto Luiz Schneider PUC-SP

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2016.117107

Palavras-chave:

Brasil, História, Literatura, Machado de Assis, Sílvio Romero.

Resumo

O objetivo deste artigo é explorar os dissensos no ambiente intelectual do fim do Século XIX, cujo debate girava em torno da literatura e da crítica literária por meio das obras de Machado de Assis e Sílvio Romero. O segundo, um dos principais críticos literários do país, atacou pesadamente a obra de Machado de Assis, já reconhecido como o maior romancista de sua época. O artigo almeja explorar as razões mais profundas da divergência, para além das disputas de espaço e prestígio no interior da República das Letras.

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Biografia do Autor

  • Alberto Luiz Schneider, PUC-SP

    Alberto Luiz Schneider é Professor de História do Brasil da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP. Doutor em História pela Universidade Estadual de Campos - UNICAMP (2005), com Pós-Doutorado no King’s College London (2008) e no Departamento de História da Universidade de São Paulo - USP (2011). Foi professor convidado na Tokyo University of Foreign Studies (2004-2007). Publicou o livro: Sílvio Romero, hermeneuta do Brasil (São Paulo: Annablume, 2005), além de diversos artigos no Brasil e no exterior. Atualmente é também professor temporário de Metodologia da História do Departamento de História da USP.

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Publicado

2016-10-07

Como Citar

Sílvio Romero e Machado de Assis: leituras e dissensos do fim do Oitocentos. (2016). Intelligere, 2(2), 49-67. https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2016.117107