Tendência de indicadores do aleitamento materno no Brasil em três décadas

Autores

  • Cristiano Siqueira Boccolini Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde. Laboratório de Informações em Saúde
  • Patricia de Moraes Mello Boccolini Faculdade de Medicina de Petrópolis Faculdade Arthur Sá Earp Neto
  • Fernanda Ramos Monteiro Ministério da Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Coordenadora Nacional das Políticas de Aleitamento Materno
  • Sonia Isoyama Venâncio Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Instituto de Saúde
  • Elsa Regina Justo Giugliani Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Departamento de Pediatria

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000029

Palavras-chave:

Aleitamento Materno, tendências. Estudos de Séries Temporais. Inquéritos Epidemiológicos.

Resumo

OBJETIVO: Atualizar a tendência dos indicadores de aleitamento materno no Brasil nas últimas três décadas, incorporando informações mais recentes provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde. MÉTODOS: Utilizamos dados secundários dos inquéritos nacionais com informações sobre aleitamento materno (1986, 1996, 2006 e 2013) para a construção da série histórica das prevalências dos seguintes indicadores: aleitamento materno exclusivo em menores de seis meses de vida (AME6m), aleitamento materno em menores de dois anos (AM), aleitamento materno continuado com um ano de vida (AM1ano) e aleitamento materno continuado aos dois anos (AM2anos). RESULTADOS: As prevalências de AME6m, AM e AM1ano tiveram tendência ascendente até 2006 (aumentando de 4,7%, 37,4% e 25,5% em 1986 para 37,1%, 56,3% e 47,2% em 2006, respectivamente). Para esses três indicadores, houve relativa estabilização entre 2006 e 2013 (36,6%, 52,1% e 45,4%, respectivamente). O indicador AM2anos teve comportamento distinto – prevalência relativamente estável, em torno de 25% entre 1986 e 2006, e aumento subsequente, chegando a 31,8% em 2013. CONCLUSÕES: A série histórica dos indicadores de aleitamento materno no Brasil mostra tendência ascendente até 2006, com estabilização a partir dessa data em três dos quatro indicadores avaliados. Esse resultado, que pode ser considerado um sinal de alerta, impõe avaliação e revisão das políticas e programas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, fortalecendo as existentes e propondo novas estratégias para que as prevalências dos indicadores de aleitamento materno retomem a tendência ascendente.

Publicado

2017-12-27

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Boccolini, C. S., Boccolini, P. de M. M., Monteiro, F. R., Venâncio, S. I., & Giugliani, E. R. J. (2017). Tendência de indicadores do aleitamento materno no Brasil em três décadas. Revista De Saúde Pública, 51, 108. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000029