Terapia ocupacional e sociedade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.rto.1999.224493Palavras-chave:
Terapia ocupacional, tendências, Sociedades, SocializaçãoResumo
A discussão da área social na terapia ocupacional teve início nos anos setenta, quando alguns terapeutas ocupacionais atentos aos movimentos sociais do país, compreenderam a dimensão político-social de sua ação e reivindicaram a participação em projetos e em instituições até então distantes da preocupação e da formação dos profissionais de saúde. Nessa época, o terapeuta ocupacional pôde pleitear uma atuação em espaços educativos e, principalmente, corretivos, merecendo destaque aqueles junto aos menores, idosos e presidiários. O interesse pelas questões sociais levou ao questionamento das formas tradicionais de se conceber os campos da terapia ocupacional. Novas práticas e idéias foram transformando o conhecimento na área e evidenciando a divisão existente na prática que encobria uma fragmentação mais séria: a da pessoa assistida. O 'paciente' vinha, acriticamente, transformado (pelo profissional) em partes não comunicantes de um todo abstrato ou, quando muito, em aspetos - físicos, mentais, psicológicos e sociais. Cremos que o questionamento dessa realidade, abrindo novas formas da ação do técnico, foi a mais significativa contribuição que a discussão provocada pelo 'social' trouxe. Parece-nos fundamental revisitar esta discussão no sentido de buscar nexos que dêem conta de uma terapia ocupacional que vem constituindo-se fora do eixo estruturador saúde-doença. Trata-se de problematizar a relação entre terapia ocupacional e a sociedade e a cultura na qual sua ação se inscreve, delineando princípios metodológicos que permitam pensar a prática, transcendendo o momento empírico sem contudo aprisionar a reflexão em teorias redutoras ou em modelos pré-definidos, que impossibilitam a compreensão do movimento do real, da história e da vida em seu contexto.
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Copyright (c) 1999 Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo
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