A carreira acadêmica como profissão de mulheres: algumas histórias a partir da FFCL-USP

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2024.220230

Palavras-chave:

Pensamento social, Intelectuais, Gênero, Universidade de São Paulo, Desigualdades de gênero

Resumo

Este artigo explora as trajetórias de diferentes mulheres que fizeram carreira acadêmica nas primeiras décadas de funcionamento da FFCL-USP. Para tanto, traça em primeiro lugar um panorama sobre a presença de mulheres no corpo discente e docente da Faculdade entre 1934 e 1969, observando as interseções entre gênero e carreira acadêmica no período. Em segundo lugar, para aprofundar a investigação, aborda o caso de três docentes que atuaram nas Cadeiras de Sociologia I e II: Maria Isaura Pereira de Queiroz, Marialice Foracchi e Maria Sylvia de Carvalho Franco. Argumentamos que diferenças de gênero produziram impactos na distribuição de oportunidades entre homens e mulheres no interior de uma cultura acadêmica e institucional que então começava a se desenhar.

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Biografia do Autor

  • Mariana Miggiolaro Chaguri, Universidade Estadual de Campinas

    Professora do Departamento de Sociologia e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Unicamp. Bolsista Produtividade CNPq, nível E.

  • Bárbara Luisa Pires, Universidade Estadual de Campinas

    Doutoranda em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Unicamp

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Publicado

2024-05-15

Edição

Seção

Dossiê - USP 90 anos

Dados de financiamento

Como Citar

Chaguri, M. M., & Pires, B. L. (2024). A carreira acadêmica como profissão de mulheres: algumas histórias a partir da FFCL-USP. Tempo Social, 36(1), 111-131. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2024.220230