Estudo comparativo da contaminação de ovos com Salmonella Heidelberg e Salmonella Typhimurium
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1678-4456.bjvras.2019.150479Palavras-chave:
Penetração de casca de ovo, Aves de postura, Saúde pública, Segurança alimentarResumo
Salmonelose em humanos é frequentemente associada ao consumo de ovos contaminados sem o devido processamento térmico. No Brasil, os sorotipos mais prevalentes são: Enteritidis, Typhimurium e Heidelberg, alvo de barreiras sanitárias na comercialização de ovos. O ovo pode ser contaminado por via transovariana, pela presença da bactéria no oviduto da ave e também por penetração da bactéria através da casca do ovo. Existem poucas informações acerca da capacidade de contaminação no ovo por sorotipos isolados no Brasil. Este estudo teve como objetivo avaliar a capacidade dos sorotipos S. Heidelberg e S. Typhimurium penetrar através da casca do ovo e colonizar a albumina e gema, relacionando à espessura da casca. Os ovos SPF livres de patógenos específicos) foram contaminados artificialmente pelo contato com algodão umedecido (15 x 108 CF/mL). Os ovos foram divididos nos seguintes grupos: controle negativo (sem contaminação), S. Heidelberg e S. Typhimurium. Posteriormente foram incubadas a 37°C e seu conteúdo foi analisado após 4 e 24 h. A avaliação da contaminação foi realizada por bacteriologia tradicional e confirmada por testes bioquímicos e sorológicos.Os tratamentos foram comparados com o teste de Fisher usando o software estatístico SAS. Para S. Heidelberg, a percentagem de positividade foi menor no albúmen e gema às 4 e 24 h(33,33% e 3,7%, 3,7% e 3,7%, respectivamente) em comparação com S. Typhimurium (26,63% e 7,41%, 33,33% e 33,33%, respectivamente), sugerindo que a primeira estirpe foi mais vulnerável as condições hostis da albumina. Por outro lado, a espessura da casca do ovo não teve relação significativa com a positividade das amostras. Em conclusão, o modelo de infecção do ovo mostrou que as cepas foram capazes de penetrar a casca do ovo e sobreviver na albumina e gema, sendo que o sorotipo S. Typhimurium foi mais eficiente.
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