O cotidiano como transformação na teoria e no cinema letrista
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2020.167293Palavras-chave:
Vanguarda, Letrismo, Vida cotidianaResumo
Entre 1947 e 1962, alguns dos escritos e filmes letristas sugerem uma atenção subjacente à vida cotidiana, incluindo diálogos com debates contemporâneos sobre o tema. O objetivo deste artigo é identificar indícios de uma teoria do cotidiano na vanguarda letrista, a partir de escritos teóricos, literários e filmes. Por hipótese, acredita-se em diálogos especialmente com Henri Lefebvre, tomando-se a intervenção no cotidiano como exercício transformador – ação que no letrismo tem a sala de projeção como espaço-foco. Para tanto, parte-se do mapeamento de teorias da vida cotidiana nos anos 1940-60 e sua comparação com a teoria letrista, para um posterior cotejo com a produção escrita e cinematográfica do grupo. São assim analisados três estratos artísticos: os artigos da revista ION v.1 (1952), os contos “Le mobile” e “Vers une salle de cinéma”, além dos filmes Traité de Bave… (1951) e Un soir au cinéma (1962).
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