A gênese da ciência política Brasileira

Autor/innen

  • Fábio Cardoso Keinert Universidade de São Paulo
  • Dimitri Pinheiro Silva Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702010000100005

Schlagwörter:

Ciência política, Grupo geracional, Inovação científica, Fundação Ford, Pensamento político-social

Abstract

O artigo analisa dimensões constitutivas da afirmação, a partir de fins dos anos de 1960, da ciência política no Brasil. Amparada pelo auxílio da Fundação Ford e impulsionada pela iniciativa de um grupo geracional, essa disciplina acadêmica tem sua legitimidade ancorada na reivindicação de uma cultura científica que, em alguns casos, lastrearia a intervenção técnica na transição democrática. Proclamando a ruptura com o padrão de trabalho vigente nas ciências sociais brasileiras, este grupo, entretanto, estabelece continuidades com a tradição nacional de pensamento político-social. A desqualificação de grupos acadêmicos rivais e a evocação do aporte simbólico de uma tradição são duas facetas de um mesmo processo de autonomização disciplinar.

Downloads

Download-Daten sind nocht nicht verfügbar.

Literaturhinweise

ARRUDA, Maria Arminda do Nascimento. (2001a), “A modernidade possível: cientistas e ciências sociais em Minas Gerais”. In: MICELI, Sergio (org.). História das ciências sociais no Brasil. São Paulo, Sumaré, vol. 1.

_____. (2001b), Metrópole e cultura: São Paulo no meio século XX. Bauru, SP, Educ.

CANEDO, Letícia. (2004), “Heranças e aprendizagens na transmissão da ordem política brasileira”. Cadernos Ceru, 15.

_____. (2003), “A produção genealógica e os modos de transmissão de um capital político em Minas Gerais”. Brasil Genealógico, 3 (4).

_____. (2009), “Les boursiers de la Fondation Ford et la recomposition des sciences sociales brésiliennes: le cas de la science politique”. Cahiers de la Recherche sur l’Éducation et les Saviors, 2.

CARDOSO, Fernando Henrique & LAMOUNIER, Bolívar (orgs.). (1978), Os partidos e as eleições no Brasil. São Paulo, Cebrap/Paz e Terra.

_____. (1978), “A bibliografia sobre ciência política no Brasil (1949-1974)”. Dados, 18: 3-32.

CARVALHO, José Murilo. (1996), A construção da ordem. 2 ed. Rio de Janeiro, Relume Dumará.

DEZALAY, Yves & GARTH, Bryant. (2002), The internationalization of palace wars: lawyers, economists, and the contest to transform Latin American States. Chicago, The University of Chicago Press.

FERNANDES, Florestan. (1977), A sociologia no Brasil: contribuição para o estudo de sua formação e desenvolvimento. Petrópolis, Vozes.

FORJAZ, Maria Cecília Spina.(1997), “A emergência da ciência política no Brasil: aspectos institucionais”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 35, nov.

LAMOUNIER, Bolívar. (1977), “Formação de um pensamento político autoritário na Primeira República: uma interpretação”. In: FAUSTO, Boris. História geral da civilização brasileira. O Brasil republicano. São Paulo, Difel, vol. 9.

_____. (1981), “Representação política: a importância de certos formalismos”. In: LAMOUNIER, B.; BENEVIDES, Maria Victória e WEFFORT, Francisco (orgs.), Direito, cidadania e participação. São Paulo, T. A. Queiroz.

_____. (1982), “A ciência política no Brasil: roteiro para um balanço crítico”. In: _____ (org.). Ciência política nos anos 80. Brasília, UnB.

_____. (1999), “Vitor Nunes Leal: coronelismo, enxada e voto”. In: MOTA, Lourenço Dantas (org.), Introdução ao Brasil: um banquete no trópico. São Paulo, Senac.

_____. (2005), Da independência a Lula: dois séculos de política brasileira. São Paulo, Augurium.

LIMONGI, Fernando (2001a), “Institucionalização política”. In: MICELI, Sergio (org.). O que ler na ciência social brasileira (1970-1995). Ciência Política. São Paulo, Sumaré.

_____. (2001b), “Mentores e clientelas da Universidade de São Paulo”. In: MICELI, Sergio (org.), História das ciências sociais no Brasil. 2 ed. São Paulo, Sumaré, vol. 1.

MICELI, Sergio. A desilusão americana: relações acadêmicas entre Brasil e Estados Unidos. São Paulo, Sumaré.

_____. (1993), “A aposta numa comunidade científica emergente: a Fundação Ford e os cientistas sociais no Brasil 1962-1992”. In: _____ (org.), A Fundação Ford no Brasil. São Paulo, Sumaré.

_____. (2001), “Por uma sociologia das ciências sociais”. In: _____ (org.), História das ciências sociais no Brasil. 2 ed. São Paulo, Sumaré.

OLIVEIRA, Lúcia Lippi. (1999), “Interpretações sobre o Brasil”. In: MICELI, Sergio. O que ler na ciência social brasileira (1970-1995). Sociologia. São Paulo, Sumaré, vol. 2.

MICELI, Sergio; FERREIRA, Marieta de Moraes & CASTRO, Celso. (1998), “Entrevista com José Murilo de Carvalho”. Estudos Históricos, 1998, vol. 12.

REIS, Elisa Pereira. (1993), “A construção intelectual e a política das ciências sociais brasileiras: a experiência do Iuperj”. In: MICELI, Sergio (org.). A Fundação Ford no Brasil, São Paulo, Sumaré.

REIS, Fábio Wanderley. (1996), “A propósito de ciência e dialética”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 1 (4): 299-309, Belo Horizonte, UFMG.

_____. (1974), “Solidariedade, interesses e desenvolvimento político”. Cadernos DCP, Belo Horizonte, pp. 5-58.

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. (1963), Introdução ao estudo das contradições sociais no Brasil. Rio de Janeiro, Iseb.

_____. (1967), “A imaginação político-social brasileira”. Dados, 3: 133-149.

_____. (1970), “Raízes da imaginação política brasileira”. Dados, 7: 137-161.

_____. (1978) “Paradigma e história: a ordem burguesa na imaginação social brasileira”. In: _____. Ordem burguesa e liberalismo político. São Paulo, Duas Cidades.

_____. (1980), “A ciência política na América Latina”. Dados, 1 (23): 15-27.

SCHWARTZMAN, Simon. (1975), São Paulo e o estado nacional. São Paulo, Difel.

SOARES, Gláucio Ary Dillon. (1974), Sociedade e política no Brasil. São Paulo, Difel.

TOLEDO, Caio Navarro de. (1997), Iseb: fábrica de ideologias. Campinas, Editora da Unicamp.

Veröffentlicht

2010-06-01

Ausgabe

Rubrik

Dossiê - Brasil: Cultura e Sociedade

Zitationsvorschlag

Keinert, F. C., & Silva, D. P. (2010). A gênese da ciência política Brasileira . Tempo Social, 22(1), 79-98. https://doi.org/10.1590/S0103-20702010000100005