Quando o Atlântico encontra o Mediterrâneo: o fantástico em O céu não sabe dançar sozinho, de Ondjaki
DOI:
https://doi.org/10.11606/va.i41.190880Palavras-chave:
literatura angolana, contos, pós-independênciaResumo
O objetivo deste artigo é reconhecer, nos contos “Budapeste”, “Madrid” e “Giurgiu”, de O céu não sabe dançar sozinho (2014), de Ondjaki, a presença de elementos característicos do fantástico que nos ajudem a perceber outras nuances da obra do autor. Utilizamos as contribuições teóricas de Mata (2000), Cardoso (2008), Todorov (1999), Furtado (1980) e Ceserani (2006). A ambiguidade e a figura do narrador-personagem são centrais nas narrativas fantásticas porque elas conduzem o leitor, demonstrando os caminhos que este deve seguir. O narrador-personagem encontra-se muitas vezes ameaçado e presencia fatos insólitos, os quais não busca explicar, mantendo sempre a dúvida acerca daquilo que narra.
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