Uma breve reflexão para pensar os rituais de consumo no museu: ingressos, ecobags e pôsteres

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-5057.v15i2e217853

Palavras-chave:

Museus, Ritual, Consumo, Mediações, Distinção

Resumo

Qual é o lugar do consumo nos museus? De que forma isto se relaciona às lógicas de distinção social? Que sentidos a aquisição de objetos nas lojas abrigadas nesses espaços suscita? O que isso pode dizer a respeito das relações que os públicos mantêm com essas instituições? Será que o ato de consumir a marca do museu faz com que o público se sinta mais próximo dele? Estas são algumas das perguntas que ensaiamos responder, ainda que parcialmente, neste trabalho. Para tanto, consideramos o museu enquanto um meio de comunicação, dispositivo de saber e poder e, portanto, vetor de mediações que dão sentido à realidade social. Os rituais de consumo se inscrevem nessa intersecção como uma das formas da experiência museal - aqui entendida como a visita ao museu.

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Biografia do Autor

  • Lucas Nibbering Alves da Silva, Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes

    Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Bacharel em Relações Públicas pela mesma instituição.

  • Paulo Roberto Nassar, Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes

    Professor Titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e Diretor-Presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). 

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Publicado

2023-12-27

Como Citar

Uma breve reflexão para pensar os rituais de consumo no museu: ingressos, ecobags e pôsteres. Signos do Consumo, [S. l.], v. 15, n. 2, p. e217853, 2023. DOI: 10.11606/issn.1984-5057.v15i2e217853. Disponível em: https://www.periodicos.usp.br/signosdoconsumo/article/view/217853.. Acesso em: 28 abr. 2024.